segunda-feira, 20 de julho de 2009

Land of Broken Hearts - Switchfoot

Ultimamente tenho me indentificado muito com as músicas e questionamentos levantados pelas letras do Switchfoot..

Formado por cristãos, a banda secular possui aquilo que o Coldplay tem (insights interessantes e, por horas, profundos sobre o drama e a complexidade humana) ao mesmo tempo que mantêm um ponto de vista cristão..

Ou seja, se você acha que os "crentes" possuem respostas muito simples para os grandes questionamentos da vida, procure ouvir as músicas desses caras.. Isso sem falar do cd solo de Jon Foreman (vocalista do grupo), cujas letras são dramaticamente sinceras..

Está achando que não? Veja só o nome de uma das músicas: "Learning How to Die" (algo como "Aprendendo a morrer")..

Suas músicas refletem as aflições (seria esta a palavra?) de um coração quebrado mas esperançoso..

Destaco, antes de terminar, a música Circles.. brilhantemente executada.. se puder, ouça-a..

Por sinal, se você realmente acha que os "crentes" têm respostas demasiadamente simples, pesquise os pensamentos de Ed René Kivitz, C.S. Lewis, N. T. Wright e Ricardo Gondim.. Será uma jornada impressionante!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Ganância, guerra e o drama humano

"Eu poderia comprar uma arma e começar uma guerra, se você conseguir me disser alguma coisa pela qual valha a pena lutar" A Rush of Blood to The Head - Coldplay

De fato esses são temas que me atraem. Penso no drama humano. Lembro-me da História, que é, em grande parte, uma sucessão de guerras, lutas e desesperanças.

Realmente conheço pessoas maravilhosas que, caso vivessemos em uma situação de guerra civil, como a norte americana, consigo vê-las apaixonadamente falando dos nossos ideais, dos nossos motivos para lutar.. Consigo ver que, a não ser por uma estrutura delicada que a sociedade construíu, talvez estivéssemos constantemente em guerras.

Não aquelas guerras horríveis, mas sim a versão idealizada, romantizada e pela qual, provavelmente, daríamos nosso sangue num campo de batalha... Por nós. Pelas pessoas que amamos. Pelos nossos ideais.

Por outro lado, lembro me que existe apenas uma pequena linha de abstração que faz termos tal imagem positiva (!) do belicismo. Por trás dela existe um background de sofrimento, violência, a crueza da guerra.

Por que os seres humanos correm atrás da corrupção, da ganância e da violência? Vendo o filme Trama Internacional, mais uma vez fiquei a refletir sobre o drama humano.

Sei que muitos teriam respostas prontas para me dar. Não busco, porém, respostas. Basta-me o sentido. Fazer as perguntas certas, mesmo sabendo que não existem respostas simples a elas... creio que é isso que nos torna mais humanos.

Não tenho todas as respostas para a crise em Darfur. Não consigo equacionar direito a questão da ganânca humana. Consigo apenas me condoer. Chorar. Refletir, sim. E quem sabe aprender algo com tudo isso?

Minha sinceridade nesse blog pode assustar. Confesso que balanço entre um desejo genuíno por paz e uma estranho sentimento pela guerra.

Cito apenas uma letra do Delirious?. Creio, de todo meu coração, que Jesus veio iniciar, também, uma revolução de amor, uma revolução de esperança. Um dia, aquele dia de paz chegará.

Como será glorioso.

"Como pode ser que Deus é amor?
Quando o sangue rola pela terra
e pais perdem seus únicos filhos
Onde está a esperança?
Oh Deus nós oramos pelo dia da fita branca

Como Tu podes ter amor?
Quando o sangue correu naquela rude cruz
Seu Pai deu o seu único Filho
Tu vieste por paz
Tu vieste para morrer pelo dia da fita branca

E nós oramos por paz
para inundar nossos corações de novo
Somente Deus pode salvar nossa nação agora
E nós pedimos por alegria para encher nossas ruas de novo
Somente Deus pode salvar nossa nação agora

Como pode ser que Deus é justo?
Quando a carne é rasgada de jovens e velhos
e crianças correm em campos sangüentos
Onde está a esperança?
Oh Deus nós oramos pelo dia da fita branca

E nós oramos por paz
para inundar nossos corações de novo
Somente Deus pode salvar nossa nação agora
E nós pedimos por alegria para encher nossas ruas de novo
Somente Deus pode salvar nossa nação agora

Aleluia, aleluia
Aleluia pelo dia da fita branca"

*Dia da fita branca indica quando o povo da irlanda passou a usar o adereço com simbolizando o desejo pela paz em sua nação (que estava em determinada situação de calamidade). O original em inglês é White Ribbon Day.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Manifesto - Jovens Betesda

Não temos medo de pensar. Temos medo de não amar.

Não temos medo de (re)pensar conceitos sobre Deus, temos medo de não (re)amar como Cristo, quem na realidade não amamos: os mendigos, os pobres, os excluídos, os marginalizados, as crianças africanas, os homens e mulheres de Darfur.

Não temos medo de incertezas. Temos medo que nosso Amor deixe de ser nossa bandeira do Reino de Deus.

Não temos medo de não saber. Temos medo das certezas que prendem Deus a um esquema.

Não temos medo de questionar dogmas. Temos medo de que os dogmas impeçam transformação de vidas.

Não temos medo do inferno. Temos medo de que nossas mãos se fechem, e não possam ajudar o nosso próximo a sair de sua existência-inferno. Ou pior, que as nossas próprias mãos sejam as quais o empurra para esta existência-inferno.

Não temos medo de devanear teorias loucas. Temos medo que a loucura desse mundo violento cegue nossos olhos a ponto de sempre que pararmos num farol, nesta cidade-sombria, fechemos nossos vidros para a sinceridade dos filhos da injustiça.

Não entendemos como problema sair do molde da teologia sistemática. Temos medo de sistematizar Deus e modela-lo a algum padrão.

Nós não temos medo de chorar por nós mesmos. Nós temos medo de que não mais choremos o choro dos outros.

Não sentimos culpas pelas nossas dúvidas. Mas pedimos que nos lembre sempre de amar como Cristo.

Não temos medo ter uma fé cheia de espelhos em enigmas e em partes, que não tem a precisão de um "face a face". Temos medo de perder o que existe de mais precioso: Amar.

Não temos medo de balançar alicerces religiosos construídos por pensamentos humanos. Temos medo de perder a doçura e a simplicidade de Jesus.

Não temos medo de sermos rejeitados pela instituição. Temos medo da hipocrisia religiosa.

Não temos medo de sermos chamados de herege. Temos medo de compactuar com o sistema religioso e seus interesses, e esquecermos de amar pessoas.

Não temos medo de nos manifestar a favor de alguém. Desde que esse alguém não se esqueça que o conceito central do cristianismo é o amor, e, portanto, não organize piquetes em portas de igrejas a fim de desmoralizar um ser humano.

Aprendemos que não podemos ficar presos às amarras da religião e da instituição.
Aprendemos que Deus está acima da religião.
Aprendemos que no Reino não importa o que se pensa, importa o que se ama.
Aprendemos a olhar pessoas como filhos de Deus, e amá-las incondicionalmente.

Aprendemos que qualquer um que tenta abrir os olhos de pessoas encabrestadas pela religião, acaba sendo queimado na fogueira da instituição.

Estamos seguros que o Verdadeiro Amor lança fora todo medo, e por isso não temos medo de caminhar com alguém que nos ensina a lidar responsavelmente com a liberdade do amor.

Manifesto - Juventude da Igreja Assembléia de Deus Betesda - Pr. Ricardo Gondim

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sentido da vida.. (2)

Apenas cito um pequeno insight de um amigo meu. Não estou dizendo se concordo ou não, mas tenho certeza que, mesmo não concordando, pode-se aprender algo, expandir o pensamento com isso que ele disse.

Em um conversa a gente tocou no assunto que tanto é debatido/procurado a respeito do sentido disso tudo... o sentido da existência. Em determinada hora ele disse que o talvez o amor de Deus seja tão grande, mas tão inexplicável que não exista sentido algum na vida. Na verdade, Deus nos ama tanto, que Ele pode ter nos dado um papel em branco para que a gente defina o nosso objetivo.

Talvez algúem pudesse perguntar "Deus, qual é o sentido da vida?", e então Ele responderia "Decida por você mesmo, eu te dei essa liberdade, esse presente".

Segundo as palavras desse meu amigo, "isso seria um grande amor, um amor inexplicável".

Sentido da vida..

Creio que o sentido da vida não é algo objetivo.

O sentido é muito mais um modo de ir do que um lugar onde chegar, como diria Ed René Kivitz.

Para mim, estar presente em cada momento, e viver o sentido de cada momento são essenciais para se ter uma vida completa.

Conhecer a Cristo é a única coisa neste mundo que pode nos fazer ter uma vida com abundância. Como Ele mesmo disse, Ele é o caminho, a verdade e a vida.

Nele tenho de que Deus se reconciliou com a humanidade através do sacrifício de Cristo - um amor que ultrapassa o entendimento e a lógica. Sendo assim, torno-me um agente de reconciliação nas relações homem-Deus e homem-homem.

Nele tenho esperança. Esperança de viver cada dia com a força necessária que ele me deu para enfrentar. Sei que Deus me criou de modo único. Com Sua presença me encorajando a cada dia, sei que posso ter esperança para viver intensamente, verdadeiramente, trascendentemente.

Nele tenho amor. O amor de Deus foi expresso ao mundo através da Cruz de Cristo, logo nós temos o dever de expressar esse amor a todos. Viver abudantemente é viver amando. Amar o próximo, a natureza, os pobres e oprimidos, todos. Devemos quebrar as barreiras de dinheiro, cor, orgulho e crença e amar incondicionalmente. Não estou dizendo que todos os caminhos levam a Deus. A cruz de Cristo é o único modo de reconciliação entre Deus e homem, tudo que temos que fazer é simplesmente aceitar esse presente que nos foi dado. O que estou dizendo, porém, é que não vou deixar de amar, de ajudar e me importar com alguém só por que ele pertence a outra religião. Pelo contrário, fazendo isso, eu estaria traindo o próprio caminho de Cristo que eu tanto tento seguir.

Fé, esperança e amor. Será que viver cada dia com esse propósitos não é mais animador do que "estabelecer planos e objetivos" para viver com um objetivo? Infelizmente, para um geração moderna e raciocinólatra (viciado na "razão") um livro que tenha "cinco passos" ou "as 10 leis" fará mais sentido. Eu porém, prosseguirei no mistério, na jornada, naquilo que não posso entender apenas com o lado esquerdo do cérebro.

Céu, inferno, eternidade e Platão

Tenho tido problemas com a maneira tradicional com que as pessoas vêem os conceitos teológicos. Em minha jornada pela teologia tenho percebido o quanto a teologia têm errado ao longo dos séculos ao importar conceitos gregos como próprios da teologia bíblica.

Santo Agostinho, por exemplo, foi um daqueles que, nos primeiros séculos do Cristianismo, passou a utilizar conceitos filosóficos da sociedade grega para interpretar/desenvolver a teologia. Um dos influenciadores de Agostinho foi Platão.

Para Platão, existe uma dicotomia entre a alma e o corpo, sendo o corpo, mau, e o espírito, bom. Nesse cenário, a nossa vida terrena e nosso corpo mortal não passa de um empencilho, um obstáculo que deve ser superado em uma vida superior, acorporal e depois da morte.
Boa parte das interpretações medievais do Céu e do Inferno foram influenciados por essa dicotomia corpo/alma. Infelizmente.

Para o cristianismo, porém, o corpo não é um empencilho. Concordo com C. S. Lewis quando ele diz que o Cristianismo é a única religião que valoriza o corpo ao invés de desprezá-lo. Ed René Kivitz entra por esse mesmo caminho em seu livro "Vivendo com Propósitos".

De onde temos a idéia de um Céu formado por "gasparzinhos" em alguma espécie de vida estática e monótona? De onde tivemos a idéia de um inferno dantesco, como uma eterna Auschitws na qual pessoas sofrerão eternamente nas mãos de um Deus irado?

Desculpe-me, antes de continuar já aviso que posso estar errado em meus pensamentos.

Minha opinião permanece, porém, de que isso tudo é um reflexo de uma visão completamente medievalizada a respeito da eternidade, do Céu e do Inferno. Não seria justamente essa visão (que merecidamente remonta às "Idade das Trevas") que fez com que muitos pensadores brilhantes desdenhassem do cristianismo ao longo dos séculos? Será que muitos adolescentes não poderiam deixar de crer no cristianismo, na história de amor e resgate de Deus pela humanidade, devido à irracionalidade de algumas descrições do Céu e do Inferno que foram influenciados, inclusive, por mitos pagãos a respeito de um lugar de fogo após a morte?

Não digo, com isso, que não creio em Céu e Inferno. Esses dois lugares estão realmente respaldados pela Bíblia a respeito de sua existência. Mais uma vez, o que contesto é a visão influenciada por pensadores gregos, Platão (corpo vs. alma), era medieval e mitos pagãos que hoje em dia se conhece a respeito desses lugares.

Alguns pontos:
- O céu está muito mais para uma Terra restaurada do que um lugar além desse mundo. Não será necessário sair do tempo-espaço para estarmos na Cidade Eterna de Deus. Pelo contrário, no final da narrativa apocalíptica, é o Céu que vem para a Terra, e não o contrário.
- Não existem "gasparzinhos". O que é valorizado no Cristianismo não é uma "libertação do corpo" platônica, e sim uma RESSUREIÇÃO desse corpo. O corpo e valorizado.
- O inferno na Bíblia em português é a tradução de quatro palavras diferentes nos originais.

Sei que esse post deveria ser muito mais completo e complexo. Não me vou me estender, porém. Provavelmente continuarei minhas contestações à influência grega sobre o cristianismo; deveríamos entender o pensamento hebraico a respeito do mundo, faz muito mais sentido.
Termino apenas citando uma frase "quando os filósofos [gregos] falam, os profetas [da Bíblia] se calam".

sábado, 29 de novembro de 2008

Conflito? Crise?

Aqui estou, escrevendo mais um post. Pensando se alguem em algum dia irá ler este blog. De qualquer forma eu insisto; permaneço teimando em escrever, quase que expressando aquilo que eu sinto.
Na verdade o que venho informar é um conflito de fé. Calma. Antes que alguém se preocupe comigo eu já informo que sou e sempre serei apaixonado por Cristo. O que tem me levado a essa espécie de crise - uso a palevra num sentido mais restrito, já que não me refiro a nada de grandes proporções - tem sido o confronto de um antigo modo de pensar, um antigo paradigma com as idéias defendidas por pessoas como Ricardo Gondim, Ed René Kivtz, Brian D. McLaren e William P. Young (A Cabana). Tudo isso envolve alguns pontos básicos: a criação, o final dos tempos, o Reino de Deus e nosso propósito enquanto estamos nessa terra.
Eu diria que tenho encontrado pontos de divergência com o pensamento reformado. Vejo, por exemplo, que não são compatíveis com minha visão de mundo o calvinismo no ques se refere à predestinação. Na verdade eu fico entre os outros dois pontos de vista: o arminianismo e o teísmo aberto (sem bem que acho que exista uma espécie de meio termo entre esses, em outro post eu poderia tentar explicar isso). Além disso eu sou, do ponto de vista socio-econômico, liberal. Não consigo ver o mundo sob o paradigma marxista no qual a história é formada - quase que maniqueítamente - por oprimidos e opressores, uma sucessiva luta de classes. Acredito na "utopia" do mercado como um ótimo agente auto-regulador. Creio que, se não fossem a falta de ética e de moral presente nas iníquas ações do ser humano, que acabam por gerar as falhas de mercado, o mercado traria benefícios para todos em uma sociedade não-igualitária mas onde a miséria também não exisitiria (faz-se distinção aqui entre pobreza e miséria; esta última, inaceitável).
Em outro post eu comentarei a respeito de outros aspectos dessas minhas confusões. Vou me focar apenas no que diz respeito à missão da Igreja aqui na Terra. Estive sempres pensando da seguinte forma: estamos na Terra que foi amaldiçoada devido ao pecado do homem. Dessa forma, ao sermos salvos, somos livrados deste mundo e passamos a esperar a nossa nova pátria,o Céu. Este pensamento está absolutamente correto, afinal esa é a promessa da Bíblia e, como expressa brilhantemente C. S. Lewis, "se eu encontro em mim desejos que nada nessa mundo pode satisfazer, a conclusão mais lógica é que eu não fui feita para esse lugar" (mais ou menos assim a frase rs). Apesar de correto, ainda há uma questão a ser repondida: frente a isso, qual é o meu relacionamento com o mundo em que eu vivo? Qual a minha posição frente a assuntos como cidadania, aquecimento global, injustiça social? Diante da certeza de que vamos para o céu, como diz Brian Mclaren há um risco de criarmos um "escapismo", abandonando essa terra em desastre. Não concordo com essa frase de Ed René Kivtz "a grande tentação enfrentada pelo ser humano é negar a existência ou valor da Terra amaldiçoada e fugir de volta para o paraíso" (Vivendo com Propósitos - Editora Mundo Cristão). Abre parênteses. Amo as pregações, livros e mensagens do Ed René. Acho seu jeito de expor o evangelho se utilizando da sociologia, piscologia e do pensamento pós-moderno muito excelente e muito inteligente. Fecha parênteses. Ainda assim, não concordando com a frase, não posso negar que ele está certo ao menos em parte.
Esse é um dos pensamentos que gira em torno da Emergent Church, da Missão Integral e do projeto do United "The I Heart Revolution". Um pastor de uma igreja bem pós-moderna, que busca alcançar jovens e pessoas que não se adaptam ao esquema normal de cultuar a Deus nas igrejas, em seu livro "Velvet Elvis" também segue esse raciocínio. Fala-se de um ideal de transformação e reconstrução do mundo ao invés de abandoná-lo.
Esse pensamento é muito atacado pelos setores mais fundamentalistas, e há, relamente, muitas passagens bíblicas que iriam de encontro a esse pensamento. E quando Pedro (se não me engano) diz em sua carta que esse mundo terminaria com fogo? E os escritos apocalípticos que não parecem denotar uma reconstrução? E o fato de Jesus ter dito que antes de sua volta haveria caos, guerras e fome enormes ao invés de paz e harmonia, segundo o pensamento reconstrucionista? É muito complicado.
Ainda assim, como Ed René expõe em seu livro "Vivendo com Propósitos", há desde o Gênesis uma responsabilidade outorgada ao homem para cuidar da Terra. Apesar de, segundo o que creio, o mundo caminhar rumo a destruição - e convenhamos que as notícias dos jornais demonstram isso -, Jesus havia relatado sobre julgamentos que Deus faria aos homens no final do tempos de acordo com fatores tanto como sociais.
O que fazer então? Concordo plenamente com a frase de C. S. Lewis : "tudo o que não é eterno é eternamente inútil". Ainda assim, acho que a igreja deve ter uma ação social efetiva no mundo. Não somente acho, tenho certeza. A questão porém é a motivação. Deveriam essas ações sociais ser promovidas apenas com o pretexto de evangelização? Ou será que essas ações também teriam um valor intrínseco apenas pelo fato de alterar a condição social de uma vida, bairros ou comunidades (não deixando de lado a apresentação do evangelho e da salvação em Cristo)?
Antes de terminar quero falar a respeito do projeto The I Heart Revolution. Ele visa promover ações sociais, sendo a solução para esse mundo (ponto de questionamento, apesar de concordar parcialmente e apoiar esse ideal) e proclamar o evangelho de Cristo.
Concluindo - ainda que apenas parcialmente -, eu reitero que concordo com a frase de Lewis, "tudo que não é eterno é eternamente inútil". A questão é que nossas ações, ainda que sociais, podem ter um peso eterno. O que falar de um garotinho na África que, através de um projeto social, teve como VER o amor de Cristo nas ações e, então, pode aceitá-lo como Salvador? O projeto foi uma demosntração de amor, que colaborou para que a pessoa cresse que Deus se tornou homem, para morre na cruz pelos NOSSOS pecados. Nesse caso, não vejo como possível construir o Reino de Deus aqui na Terra, não pelos esfoços humanos (ou seja: discordo do Brian McLaren), mas creio que devemos não apenas falar desse Reino, e sim fazer um sinal histórico dele aqui na terra. Dentro da história o Reino de Deus deve ser sinalizado, dessa forma todos o verão e poderão crer que o Céu existe. As questões ambientais são mais complicadas, mas ainda assim grande parte do que foi ditno nesta conclusão se encaixaria também em termos ambientais. Afinal Deus criou a Terra. Amamos sua criação. Amamos, então, a natureza; sabendo que um dia, no Céu, a natureza será libertada da corrupção, da morte e da degradação.
Phillip Yancey em seu livro "Descobrindo Deus nos lugares mais inesperados" (publicado pela editora Mundo Cristão) tem a mais sensata posição que encontrei a respeito de nossa responsabilidade, escapismo, reconstrucionismo e final dos tempos: "Tais políticas confundem o nosso papel com o de Deus. Os profetas também profetizaram a crucificação, mas isso não significa que os seguidores de Jesus deveriam ter ajudado a pregá-lo na cruz. O Novo Testamento fala de um anticristo, mas não votarei conscientemente nele mesmo que fazendo isso possa apressar a Segunda Vinda. Apesar de ter alguns palpites a respeito do futuro, preciso viver no presente, tratando a terra e seu povo com o mesmo amor e cuidado que Deus investiu neles ao criá-los, agindo de acordo com minha fé em que Deus algum dia restaurará a terra a esse estado de graça" (pag. 205 do livro que citei).
Termino falando que vejo um viés de esquerda permeando alguns ideais teológicos-sociais. Isso de certa forma me icomoda. Não que eu não aceite os de esquerda, pelo contrário, essa é uma visão de mundo possível e muito coerente em certos aspectos. Além do mais a igreja não deve ter posição política, nem de esquerda nem de direita. Ela deve ser um Lar que aceite a todos. Eu apenas quero destacar que é possivel ser capitalista liberal e, ainda assim, apoiar uma responsabilidade pelos outros. Concordo com o capitalismo, e isso não significa uma incongruência com muitos dos pensamentos da ação da Igreja desse mundo: ser os pés e as mãos de Jesus Cristo nesse mundo (afinal o apóstolo descreve a igreja como o Corpo de Cristo), demonstrando o amor dEle a um mundo quebrado e em ruínas.

É isso pessoal, grande abraço.

Estejam nas garras da graça.